Após uma estreia com resultado seguro contra a Venezuela, a Seleção Brasileira Feminina voltou a campo nesta quarta-feira (16) pela Copa América Feminina, com o objetivo de manter 100% de aproveitamento contra a Bolívia.
Enquanto isso, as bolivianas buscavam os primeiros três pontos da competição, após uma rodada inicial complicada.
A expectativa do favoritismo das brasileiras foi confirmada com uma goleada implacável de 6 a 0.
Primeiro tempo
O Brasil começou a partida com certo nervosismo, mostrando dificuldade para encaixar seu ritmo diante da postura defensiva da Bolívia e da velocidade da bola na altitude de Quito. Mesmo assim, a equipe manteve o domínio do jogo. Logo aos 13 minutos, abriu o placar com a atacante Luany, que marcou em uma jogada ensaiada.
A Seleção Feminina registrava ampla superioridade: 77% de posse de bola e seis finalizações até os 25 do primeiro tempo. As brasileiras pressionavam, mas a execução ainda preocupava Arthur Elias, que demonstrava inquietação na área técnica. O treinador, atento aos detalhes, chamou Tarciane, Kerolin e Luany para dar orientações pontuais e ajustar o posicionamento do time em campo.
Aos poucos, a Seleção Brasileira Feminina se encontrou no jogo. Aos 31 minutos, Luany voltou a brilhar ao aproveitar um rebote da goleira boliviana e marcar o segundo gol. Pouco depois, aos 35, Kerolin converteu um pênalti, ampliando o marcador para 3 a 0.
Com o resultado mais confortável, Arthur Elias mostrou-se mais tranquilo à beira do campo. O Brasil seguiu dominante durante o resto do tempo e não permitiu nenhum chute a gol da Bolívia. Além de Luany, que marcou duas vezes no primeiro tempo, Kerolin se destacou com sua movimentação e participação nas jogadas ofensivas.
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Segundo tempo
O segundo tempo manteve o domínio total da Seleção Brasileira Feminina, mas também trouxe momentos de polêmica.
Até os 60 minutos, o time já havia acumulado cinco impedimentos, o que demonstra certa pressa na busca de gols. Além disso, dois lances resultaram em anulações de forma equivocada da arbitragem, o que gerou questionamentos sobre a ausência do VAR nesta fase da competição.
A falta de recursos de vídeo contrasta com a realidade da Copa América Masculina, onde o VAR é utilizado desde a fase de grupos.
Mesmo diante das interferências, o Brasil manteve o foco e seguiu impondo o jogo com tranquilidade. Aos 79 minutos, Karolin marcou seu segundo gol na partida, após receber um passe preciso de Marta e driblar a marcação com categoria.
A Seleção Feminina ainda acertou três bolas na trave, mostrando o volume ofensivo e o domínio absoluto sobre as adversárias, que, aliás, terminaram a partida sem sequer finalizar. O quinto gol brasileiro veio novamente pelos pés de Kerolin, que acertou um belo chute de fora da área e completou seu hat-trick.
Marta, com duas assistências, foi peça-chave no segundo tempo da partida e mostrou como a experiência ainda é fundamental dentro de campo. Nos instantes finais, ainda deu tempo de Amanda Gutierres entrar e marcar o sexto gol e fechar o marcador. Com isso, o Brasil encerrou a partida com vitória expressiva por 6 a 0, consolidando sua força no Grupo B.
Luany e Kremlin falam após o fim da partida
“O primeiro jogo teve um pouco de dificuldade, mas tenho certeza que no segundo jogo, agora, conseguimos acertar bastante coisa que o professor pediu e bom, ganhamos bem. Claro que ainda temos que melhorar muitas coisas, mas deu para dar uma respirada e vamos seguir por mais, que ainda tem dois jogos pela frente”, declarou Luany, eleita a melhor jogadora da partida.
Karolin, que levou a bola do jogo para casa, destaca a confiança da rainha Marta em que a jogadora continuasse com a braçadeira de capitã.
“Acho que toda atleta fica muito feliz, por essa trajetória, acho que tudo foi muito natural, eu tenho que agradecer toda confiança do grupo, do Arthur, principalmente dela ali (Marta), que quando entrou no campo eu ia dar a faixa e ela: não, fica para você se acostumar com essa responsabilidade”, ressaltou a relação com a jogadora eleita seis vezes melhor do mundo.
A autora de três gols no jogo, Karolin ainda falou sobre a situação da Seleção Brasileira na competição e como trabalha para que o coletivo da equipe sempre esteja no auge.
“Eu acho que to fazendo mais do que a minha obrigação. A gente sabe que com a Seleção Brasileira, a gente tem que representar o nosso país da melhor maneira possível. Eu tento isso, trabalho duro todos os dias, mas acho que sem o coletivo, sem o grupo, a nossa união que a gente tem dentro e fora de campo, não seria possível. To muito feliz de fazer três gols e a gente sabe que tem que melhorar, vamos melhorar, tem várias dificuldades mas o Brasil não se apega a nenhuma, a gente vai pra cima com mais vontade, mais determinação”, completou jogadora.