O Campo Delas mostrou, nesta segunda-feira, uma sessão de treinamentos insano da atleta holandesa, Femke Prins, que tem chamado a atenção das redes sociais. Os vídeos geraram discussão sobre os reais benefícios desse tipo de prática para a performance de um atleta em campo. Afinal, é adequado para o esporte que ela pratica? A reportagem conversou com especialistas para entender o caso.
O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS

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O portal Campo Delas conversou com especialistas da área que divergiram quanto a eficácia do treinamento para o futebol. Para o Personal Trainner Eduardo Amorim, apesar de não ser comum, os exercícios ajudam a fortalecer joelho e tornozelo.
“A grande maioria dos exercícios, não são muito usuais pelo grau de complexidade, mas se observarmos detalhadamente, veremos que há um padrão em todos os vídeos, que é criar zonas de instabilidade de joelho e tornozelo, buscando fortalecê-los. As maiores lesões no futebol por trauma, são nessas regiões. Parece não ter sentido por não serem exercícios comuns, mas pensando na relação treino e realidade de jogo, os exercícios estão cumprindo com o objetivo”, afirmou.
CONTRAPONTO
Em contrapartida, o fisioterapeuta, Rafael Teixeira, explicou um pouco sobre os exercícios específicos para cada esporte.
“É importante destacar que a função do treinamento esportivo deve sempre estar alinhada a modalidade específica praticada. O segredo para alcançar os objetivos esperados está em mimetizar, de forma precisa, os gestos esportivos e as valências físicas diretamente relacionadas aquela prática”, disse.
APELO VISUAL
Além disso, Teixeira alertou sobre os possíveis riscos e cuidados com essa prática.
“Nos vídeos que circulam nas redes sociais, embora observamos criatividade e apelo visual, muitas vezes os gestos motores apresentados não são específicos da modalidade em questão, no caso do futebol. Isso levanta dúvidas sobre a real eficácia desses exercícios para o objetivo proposto, mesmo que incluam componentes importantes como fortalecimento, controle motor, propriocepção e treinamento do core.”
CAUTELA
Rafael Teixeira finaliza dizendo para ter cautela quanto aos tipos exercícios praticados.
“A literatura científica já aponta incertezas sobre a aplicabilidade de certos exercícios resistidos juntamente com propriocepção quando descontextualizados da prática esportiva. Por isso, vejo com cautela esse tipo de conteúdo, que tende a gerar engajamento mais pela inovação estética do que pela fundamentação técnica. Em muitos casos, o desejo de inovar a qualquer custo leva à criação de propostas midiáticas, porém desconectadas da realidade do esporte, comprometendo a qualidade da intervenção e, por consequência, a performance do atleta.”